Tony Loureiro

O Palhaço

O Palhaço

O Oscar geralmente é o foco central de um diretor de cinema e estamos às vésperas desse prêmio. O Palhaço, filme brasileiro indicado, demonstra o que podemos chamar de trabalho árduo. Se o sentido da liderança é superar seus limites em busca de um bom desempenho, esse filme retrata, no viés das artes cênicas, o que reconhecemos como disciplina, esforço e profissionalismo.

Com uma direção de arte ímpar, podemos perceber durante todo o filme o peso da dramaturgia em leves e sutis detalhes. A beleza é para olhos sensíveis? Pensamos geralmente que belas artes é para um público restrito. Mas O Palhaço é um filme agradável ao grande público e sua bilheteria mostrou isso. Sucesso não apenas financeiro, como vemos a partir da sua indicação.

Esse tipo de reconhecimento não vem de graça. O topo, tão almejado, é galgado a partir de muito trabalho e de grande competência. Como desenvolver tais atributos? Dedicação, esforço, estudo, garra e boa vontade são temperos desse caminho quando se quer ir longe, pois nada cai do céu.

Sinceramente acho inviável que Selton Mello tenha cruzado os braços e contado com a sorte, apenas, ao dirigir esse filme. Foi muita pesquisa para se ter um bom roteiro, bons atores e boa fotografia. Além de muita sensibilidade e olhar atento para concatenar cenas e personagens em times tão precisos.

A meta pode até não ter sido, especificamente, ganhar o Oscar. Mas certamente fazer desse filme, o melhor de sua carreira, até então. Pois é justamente isso que os grandes profissionais fazem: superam sempre seus limites em busca de melhores resultados. Nossos prêmios na vida, sempre são consequências de nossos esforços. E não levar a estatueta é o que menos importa quando já se sabe que o trabalho está bem feito!

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