Você sabia que a obesidade é responsável pela morte de aproximadamente 3 milhões de pessoas por ano?
Esse dado alarmante foi divulgado pela organização mundial de saúde (OMS) em 2012. Isso transforma a obesidade em um dos maiores problemas de Saúde Pública do Mundo. Mas sabe de uma coisa? Acredito que tão grave quanto às mortes causadas pela obesidade são as limitações que impõe à vida das pessoas que são portadoras dessa terrível doença. Sabidamente, o excesso de peso predispõe o organismo a uma série de doenças, em particular, doença cardiovascular, diabetes tipo 2, apneia do sono e osteoartrite.
Em outras palavras, além de eventualmente levar à morte, a obesidade compromete imensamente a qualidade de VIDA das pessoas. Sob o ponto de vista psicológico, tenho percebido que o aludido mal pode minar a autoestima e confiança das pessoas, gerando seus nefastos efeitos para muito além da mera questão estética. Pessoas obesas são alvo de preconceito e discriminação. Isso pode ser observado nas mais corriqueiras situações, como programas de televisão, revistas e piadas.
Para se ter uma ideia da gravidade do que afirmo, em estudos realizados em 1993 e 1995, estudantes universitários afirmaram, em testes de múltipla escolha, que preferiam casar-se com estelionatários, usuários de cocaína, ladrões e pessoas cegas do que com pessoas obesas.
Vivemos em uma sociedade que está sob constante estresse. As pessoas correm de um lado para o outro, sem tempo para fazerem refeições com calma e qualidade. A maioria não percebe o que coloca em seus pratos e, em regra, dormem mal. O sedentarismo faz com que as pessoas não se exercitem com regularidade. Além disso, é possível notar que, principalmente nos países desenvolvidos, há um aumento significativo na sua capacidade de consumo, o que, por conseguinte, faz com que ingiram cada vez mais calorias (de má qualidade) em seu dia a dia.
O efeito desse estilo de vida, a longo prazo, é nefasto para nossa saúde.
Nunca trabalhamos tanto, comemos tanto, corremos tanto e, ao mesmo tempo, nunca tivemos níveis de energia tão baixos. Temos vivido nossa vida ou é nossa vida que se impõe em nós?
Investimos considerável esforço em compreender e manejar o mundo
exterior, todavia, investimos pouquíssimo esforço em entender e nos tornar
mestres de nosso mundo interior. Pessoas no mundo inteiro têm gastado uma fortuna com remédios emagrecedores, dietas mágicas, soluções milagrosas na tentativa de perder peso. Dentro daquilo que chamamos “efeito sanfona”, não conseguem o resultado duradouro que buscam, não somente em seus corpos, mas também em seu nível de energia, saúde e bem-estar.
Nosso objetivo não é sugerir alimentos, tampouco defender esta ou aquela dieta. O que entendo como importante é ressaltar que a liderança está relacionada a ter energia para gerar impacto na sua empresa, sociedade e família e isso passa por sua alimentação. Que se você, leitor, quer alcançar todo seu potencial como líder e deseja ter o maior nível de produtividade possível, é importante que considere sua alimentação.
Perceba como os alimentos que consome lhe influenciam. O que ocorre quando volta de um rodízio de carnes ou quando ingere muito álcool? Isso influencia somente seu corpo e sua disposição ou também interfere em suas emoções e pensamentos? Os orientais, há milhares de anos, associam uma alimentação saudável com os níveis de saúde de uma pessoa. Mais que isso, há grande número de estudos científicos evidenciando que o consumo balanceado de vitaminas, gorduras e minerais é essencial para o equilíbrio e bom funcionamento do cérebro.
Trabalho diretamente com muitos executivos que tentam recarregar suas energias durante o dia. Fazem isso consumindo açúcar refinado (bolos, doces, chocolates, muffins) ou estimulantes (café, chá preto etc.). Embora o consumo de tais alimentos dê a eles um pico de energia, o que os auxilia a atravessar o dia, a longo prazo isso não substitui a necessidade de buscarem vias mais saudáveis de aquisição de energia, sem mencionar o dano que causam a seu cérebro e saúde em geral.
Neste momento, você, meu leitor, pode estar pensando que falar é fácil e que mudar os hábitos é que são elas. Pode também estar imaginando que sua rotina de trabalho não favorece uma alimentação mais equilibrada. Quero dizer que você está certo!
Mudar hábitos não é fácil e que, para que seja sustentável, a mudança deve ser gradual.
Posso dizer isso porque passei por esse processo. Fui uma criança obesa, um adolescente obeso e um adulto obeso até há alguns anos…
Você vai morrer!
O ano era 2001. Estarrecido, eu me encontrava diante do médico que, com certo ceticismo, segurava meus exames médicos e pronunciava minha sentença de morte.
Ok pensava eu, estou um pouco acima do peso, mas como assim vou morrer? Que história é essa? Está certo, não estou um “pouco” acima do peso, afinal 128 quilos não é pouco para ninguém, mas morrer?
Foi quando o médico rompeu meu devaneio e começou a falar.
— Sr. Antônio (nunca é bom sinal quando me chamam de Antônio), o senhor tem 30 anos, pesa 139 quilos (ok, não eram 128), é sedentário, ingere bebidas alcoólicas com certa regularidade, apresenta níveis alarmantes de colesterol ruim e hipertensão, possui larga circunferência.
Abdominal (barriga!), vive sob constante estresse e reporta que, recentemente, começou a fumar charutos nos finais de semana.
Continuou o médico:
— É meu dever, como profissional, alertá-lo (a) de que se não mudar, drasticamente, seu estilo de vida e começar a se tornar mais responsável com sua saúde e com sua própria vida (doeu!), o senhor não chegará aos 40 anos. As chances são de que tenha um infarto antes disso.
Dito isso, deixou os exames sobre a mesa e, sem ao menos despedir-se, saiu da sala, deixando-me sozinho e apavorado com meus pensamentos.
Pensando em retrospectiva, aquela pequena consulta foi uma das melhores coisas que já me aconteceu. Afinal, despertou-me para uma nova realidade e criou em mim o senso de urgência em mudar minha vida. Foi um longo caminho. Cheio de altos e baixos. Sob o ponto de vista pessoal culminou com uma grande transformação. Perdi 44 quilos e me tornei um
Atleta amador (sem deixar de trabalhar 45 horas por semana). Olho para trás e quase não reconheço a pessoa sorridente e bochechuda das fotos que ainda tenho daquela época.
O que aprendi neste caminho?
Aprendi que é importante começar lentamente, estabelecer pequenas metas, e criar os hábitos que desejamos.
No próximo artigo explico melhor.
Forte abraço,
Tony.